Hoje fui ver e ouvir Francisco Fanhais no Teatro da Trindade. Como Carlos Mendes o referiu, é um dos últimos puros cantautores que restam do sonho de Abril de 1974. Francisco Fanhais sente e ainda acredita num país melhor sabendo nós que isso é pura utopia. Já nada é como dantes. À capa da democracia eles, os vampiros, andam aí.
Perguntou Fanhais que resposta temos para os nossos filhos quando nos perguntarem o que fizemos por eles e se silêncio for a nossa resposta é sinal de cobardia. Não, não é Francisco!!! Nós fizemos muito pelo futuro deste país, ela juventude, é que não faz nada e nem querem saber do futuro deles. Limitam-se a vegetar e a ver os tais vampiros das telenovelas da TV. Nós viemos para a rua lutar, eles vêm para a rua esperando que alguém lute por eles. E assim os burros continuam a governar e, como tu cantas nas tuas «Quadras de Aleixo»:
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!
Quem trabalha e mata a fome
Não come o pão de ninguém;
Quem não ganha o pão que come,
Come sempre o pão de alguém
E os "pinóquios" continuam a comer de graça, o pão do povo que trabalha.
Emocionante o teu monólogo sobre a canção «Corpo Renascido». Sangue do teu sangue continua no corpo dos teus netos.
A leitura da carta do Zeca, de quem és um digno sucessor, foi um dos momentos altos da tua presença no Teatro Trindade. A tua voz emocionada lembrando o mestre e amigo que um dia te disse:
«Tu que cantas defronte de faces atentas e seguras, faz do teu canto uma funda. Nesse lugar, entre outras mãos mais fortes e mais duras, te estenderei a minha mão fraterna. Canta amigo!»
Que nunca te cortem as asas pois o rouxinol tem que voar, mesmo sendo um voar sobre uma utopia, pois os tempos Francisco, são já de rouxinóis sem bico.
Outras canções:
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6 comentários:
Não conhecia este blogue,
fiquei fascinada. Parabéns.
Será que permite que retire
algumas imagens para colocar
nos meus blogues? Se sim, deixe
por favor um comentário no
blogue http://intemporal-pippas.
blogspot.com
Um abraço/Irene/Portugal
Não vinha cá há algum tempo. É sempre um prazer voltar aqui.
Sobre o seu texto pergunto:
- Quem educou a nova geração?
- Quem lhes ensinou que melhor que ser é ter?
Não há vilões e inocentes. Este nosso mundo está virado do avesso mas na minha modesta opinião todos somos vilões na história que conta o dia de hoje.
Tudo de bom
Muito e muito obrigada por permitir
que insira no meu blogue imagens do
seu cantointervencao.
Muito contente mesmo.
Beijinho/Irene
Amigo Marius! Tanta verdade nestas letras,eu por mim falo nos anos sessenta o que o meu pai sofreu,e no fundo nós,por pedir mais um pouco.O nosso "povo" tem um pequeno defeito,(Maria vai com as outras) quando lhe dão um rebuçado,ele vira a casaca,e assim vivem.Penso que muito mal consigo mesmo e com os outros,e como dizes e bem,os tempos dos rouxinóis que sabiam cantar,hoje estão todos sem sem bico,e as gerações actuais tem tudo feito,como tal nada de lutar...o papá lhe dá.
Abraço amigo Lisa
Estive aqui e quero deixar um
beijinho.Irene
É pena que o Fanhais não apareça muito aqui pelo norte profundo de portugal, os seus espectáculos são sempre muito educativos e até bem dispostos. Ouvi em tempos rumores que se estava a preparar para editar um cd mas pelos vistos ficou-se pela intenção e foi pena. joebarbosa@sapo.pt
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