20.11.08

A Democracia Suspensa!




  Disse a presidente do PSD durante um almoço na Câmara do Comércio Americana em Portugal:

“Até nem sei se não seria bom estar seis meses sem democracia para por tudo na ordem e depois voltar à democracia”.

... Ferreira Leite, e porque não suspender a democracia por 48 anos? Presidente já tem!

18.11.08

Estão Indo ao Nosso Bolso!





  Cada partido político vai receber o equivalente a 3,16 euros por cada voto nas próximas eleições legislativas.

  Ou seja, cada português ao colocar o seu voto na urna está a contribuir para que os deputados na Assembleia tenham todas as mordomias como vencimentos chorudos, carrinho, motorista à ordem, duplicação de tempo de serviço pelos “bons” serviços prestados à “Naçon”, que é levantar e sentar o cu e dizer amén a tudo o que o líder da bancada disser para o fazer (excepto raras e louváveis excepções). Depois votam em leis que os protegem e quem disser o contrário é certo e sabido que não estará lá muito tempo. Se fosse no tempo do Império Romano seriam atirado às feras num qualquer Coliseu.

  Os partidos políticos recebem dinheiro do Estado consoante os números de votos. Não é por acaso que nos Açores todos os presidentes dos partidos dos deputados eleitos estavam com um sorriso de orelha a orelha quando falaram à TV. Perderam todos excepto o PS que continua com a maioria, mas quem os visse pareciam que tinham ganho as eleições. Portugal deve ser o único país civilizado do mundo onde os partidos mesmo perdendo ganham sempre. E têm razão! Ganharam mais uns cobres à custa do erário público pelos votos que receberam já que nada impede que os socialistas nos Açores, assim como no Continente e na Madeira o PSD, votem e façam passar os diplomas a seu bel prazer pois têm a maioria absoluta.

  Depois de aprovada a Lei do Financiamento em 1994, os partidos já receberam 144 milhões de euros sem contar com as ajudas para as campanhas eleitorais. Entre 2005 e 2008, com a actual Lei de Financiamento e das Campanhas Eleitorais que vieram limitar os donativos de privados, foram dados pelo Estado (ou seja, do nosso bolso) 63,20 milhões de euros aos partidos.

  E o que faz o povo anónimo que tem que andar em listas de espera para a Saúde, em filas para os transportes, que ganham misérias comparados com os ganhos dos deputados, que têm que fazer das tripas coração para que nada falte à mesa, nunca comeram caviar, nem lagosta suada, suam sim é correr para casa, correr para o emprego, têm que pedir que o Governo lhes salve as pirites, lhes salve o emprego, lhes salve a vida e só lhes dão promessas?

  Vai votar! Vai dar 3,16 euros de mão beijada para quem boceja ou não comparece no Hemiciclo. A quem ganha ajudas de custo em viagens sem sair de casa! Ou para quem para o debate para ver um jogo do Benfica (não que o Benfica não o mereça) ou da Selecção Nacional e vá até Espanha ver o Barcelona ou o Real Madrid jogar a meio da semana e não lhes seja descontado no vencimento como acontece a qualquer trabalhador.

  Estou a pensar seriamente em gastar esses 3,16 euros na compra de uma grande chucha, junto-a com uma figura do Zé Povinho e coloco-a em frente da Assembleia com um cartaz em letras garrafais a dizer:

“Queres o meus 3,16 euros? Ora... ”

16.11.08

O Último Socialista





 Farto de «pulsões e tiques autoritários», farto daqueles que «não têm dúvidas, nunca se enganam e pensam que podem tudo contra todos».

  Disse Manuel Alegre perante o desassombro de opinião da Ministra da "Educação" em relação à manifestação dos professores no Sábado.

  E o que faz o Parlamento? Estrebucha aqui, pigarreia ali, dois dedos de conversa entre camaradas em "break" de duas horas para um "coffee" e entradas tardias à Segunda, que isto de começar cedo é uma chatice, e saídas de manhã à Sexta que o avião espera para um fim-de-semana em Londres.

  Alegre é o último moicano socialista! É um ingénuo, é um purista, é um poeta.

O poeta sonha, nem sempre a obra nasce.


  Para nascer deveria estar entre os seus, entre gente que, como ele, sonhava nos ideais de Abril. Mas não, Alegre está no meio de gentalha que fizeram das portas de Abril um trampolim para, de fato e gravata, comerem à mesa com talheres de prata.

  Está no meio de néscios que fizeram do que disse o homem cinzento, que é contra os diplomas mas que deixa passar as arbitrariedades do socialismo encapotado, o tal que nunca tinha dúvidas e raramente se enganava, palavra de ordem.

  Já Manuel Alegre tinha votado contra o Código de Trabalho, na votação final global. Ao lado de Manuel Alegre estiveram quatro deputadas do grupo parlamentar socialista (Teresa Portugal, Júlia Caré, Eugénia Alho e Matilde Sousa Franco). Alegre esclareceu que votou de acordo com a sua consciência e com o que defendeu no Congresso do Partido Socialista de 2004 e lembrou que o PS é que votou contra o que disse em 2003 sobre o Código de Trabalho de Bagão Félix.

  Sócrates disse que tinha "muito orgulho" em Alegre, mas acrescentou que Alegre "está disponível sempre para dar razão a toda a gente menos ao Governo e ao PS". Alegre não reage, só sorri porque sente ainda aquele partido como seu, mas desengane-se, pode ter direito à indignação mas nada mais do que isso, pois o tempo de Alegre já passou.

  Fica o Manuel, mas Manéis há muitos a comerem umas pataniscas e uns pastéis de bacalhau em qualquer tasca deste país com um quartilho de vinho a acompanhar.

  Mas nem tudo está perdido. A força da manifestação demonstrada pelos professores no Sábado ou a força dos ovos em Fafe, fez a Ministra da (des)Educação recuar e adia a avaliação dos professores para o próximo ano

  Marçal Grilo considerou como resquícios do PREC, os conselhos directivos eleitos, dixit que deveriam ser contratados os directores por concurso público que teriam autonomia na contratação de quem bem entendessem para a direcção pedagógica.

  Penso que acabar com os conselhos directivos eleitos é uma boa ideia para com os deputados que são eleitos pelo povo. Abriam concurso público e, como faziam as tropas pretorianas do Império Romano que elegiam os Imperadores conforme os benefícios monetários, os que melhor garantias dessem ao povo seriam os escolhidos. É que os eleitos pelo o que lá fazem no Parlamento é o mesmo que nada, excepto raras excepções e, por isso, o povo evitava ter que se deslocar às urnas e votar em quem lhes anda sempre a enganar!

  "Para apoiar Sócrates teria de apoiar alguns dos seus apoiantes, e isso não posso fazer", disse Manuel Alegre no programa "Discurso Directo", em extensa entrevista emitida esta manhã (16.11.08) pela TSF e publicada no Diário de Notícias.

  Faz bem que eu vou fazer o mesmo! Avança que aqueles que te apoiaram nas Presidenciais estão à tua espera! Vamos voltar a ser os Socialistas que sempre foste! Não queiras ser... o "Último Socialista"!!