Vou para o Quénia. Qual ilha qual carapuça, eu quero e vou para o Seringueti. Até porque uma ilha não nos dá as emoções que uma reserva nos oferece, a não ser que se afunde como Atlântida, mas isso não sabemos quando acontece e bem podemos esperar sentados para sentir a adrenalina subir ao ver uma ilha a afundar. Está decidido, vou fazer um safari no Quénia.
Que emoção sentir os balanços do jeep e o rabiosque aos pulinhos por aqueles terrenos selvagens. O vidro da frente descido, sentir as lufadas de ar quente no rosto transportando cheiros de bosta de elefante, o bafio daquelas bocas enormes dos hipopótamos, os embates dos mosquitos nos óculos Ray-ban, que maravilha.
Que importa a mim os incêndios, a seca, a água que se desbarata no regadio de jardins e muitas vezes da estrada. Estou a ver-me ali, a admirar os animais selvagens pela primeira vez, sim que os únicos que até agora tinha visto foi no jardim zoológico ou no Badoka. Não há vida como esta, foi bom ter aqui chegado senão via o Quénia por um canudo.
Ui, que felicidade pegar na arma e dar um tirinho naquela gazela doente. Faz-me sentir um Commodus, esse imperador que se auto denominava de Hércules Romanus e ia à arena do Coliseu e matava animais e gladiadores feridos. Como filósofo que sou tive este pensamento: «Aos feridos e moribundos trato eu da saúde», profundo não é?
Que volúpia, que sensação, que prazer, que orgasmo ver aquele leão em cima da leoa agachada, morder-lhe o pescoço, arreganhar os dentes e eriçar os bigodes. Não é só o Gomes que pode dizer que marcar um golo é o mesmo que ter um orgasmo eu também os tenho e não marco golos há muito tempo. Por falar nisso, lembrei-me agora do Rei D. Dinis quando dizia: «Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! Ai Deus, e u é?». Vou perguntar ao correio-mor cá do sítio se chegou carta para mim.
Estou farto de um país que se diz de tanga. Tanga têm os dançarinos que à noite vêm bailar para mim ao som do batuque. Eles e elas em rodopio frenético com a tanga a dar a dar, ai que anseio ver se por debaixo daquela tanga têm o mesmo que os escoceses com os kilts.
Mas que som é este que me afecta os sentidos e me desperta para a realidade? O despertador, maldito despertador, agora que estava no melhor da cena vem este maldito dizer-me: «Marius, levanta-te, está na hora de ires trabalhar».
Que sonho lindo estava a ter, sonhava ser primeiro-ministro de um país de cegos.
Que emoção sentir os balanços do jeep e o rabiosque aos pulinhos por aqueles terrenos selvagens. O vidro da frente descido, sentir as lufadas de ar quente no rosto transportando cheiros de bosta de elefante, o bafio daquelas bocas enormes dos hipopótamos, os embates dos mosquitos nos óculos Ray-ban, que maravilha.
Que importa a mim os incêndios, a seca, a água que se desbarata no regadio de jardins e muitas vezes da estrada. Estou a ver-me ali, a admirar os animais selvagens pela primeira vez, sim que os únicos que até agora tinha visto foi no jardim zoológico ou no Badoka. Não há vida como esta, foi bom ter aqui chegado senão via o Quénia por um canudo.
Ui, que felicidade pegar na arma e dar um tirinho naquela gazela doente. Faz-me sentir um Commodus, esse imperador que se auto denominava de Hércules Romanus e ia à arena do Coliseu e matava animais e gladiadores feridos. Como filósofo que sou tive este pensamento: «Aos feridos e moribundos trato eu da saúde», profundo não é?
Que volúpia, que sensação, que prazer, que orgasmo ver aquele leão em cima da leoa agachada, morder-lhe o pescoço, arreganhar os dentes e eriçar os bigodes. Não é só o Gomes que pode dizer que marcar um golo é o mesmo que ter um orgasmo eu também os tenho e não marco golos há muito tempo. Por falar nisso, lembrei-me agora do Rei D. Dinis quando dizia: «Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! Ai Deus, e u é?». Vou perguntar ao correio-mor cá do sítio se chegou carta para mim.
Estou farto de um país que se diz de tanga. Tanga têm os dançarinos que à noite vêm bailar para mim ao som do batuque. Eles e elas em rodopio frenético com a tanga a dar a dar, ai que anseio ver se por debaixo daquela tanga têm o mesmo que os escoceses com os kilts.
Mas que som é este que me afecta os sentidos e me desperta para a realidade? O despertador, maldito despertador, agora que estava no melhor da cena vem este maldito dizer-me: «Marius, levanta-te, está na hora de ires trabalhar».
Que sonho lindo estava a ter, sonhava ser primeiro-ministro de um país de cegos.
02-08-2005
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