Só neste Portugal dos pequeninos é que isto acontece, alguns partidos perdem mas vencem sempre.
O grande derrotado das Legislativas foi sem dúvida o PS. Onde é que está a vitória apregoada por Sócrates: “O PS teve esta noite uma extraordinária vitória eleitoral”, quando o PS perde a maioria e, em comparação com as eleições Legislativas anteriores, perde 25 deputados (sem contar com a emigração), na Assembleia da República?
Isto é vitória? Isto é uma derrota tremenda para esta direcção do PS, pois o eleitorado do PS nas Legislativas de 2005, da maioria absoluta, deu o seu voto ao BE e à CDU.
Pode-se dizer que também é uma derrota para o PSD que colocou a fasquia muito alta e com uma Ferreira Leite que se propunha ser a primeira-ministra, a votação foi um fracasso mas curiosamnente ganhou mais três deputados, de 75 passou para 78 (ainda sem os votos da emigração).
O CDS foi o que teve a maior subida (de 12 passou para 21 deputados), foi buscar votos ao PSD e se calhar também ao público feminino que andava indecisa entre o Paulinho das feiras e o bloquista Louçã.
Muitas mulheres fazem-me lembrar um jogo de futebol, não percebem, na sua maioria, nada de bola, mas sabem quem tem as pernas mais sexys.
O BE duplicou os deputados de 8 para 16. Louçã não cabia em si de satisfeito. Mas atenção Louçã, não embandeire em arco, pois quando o PS voltar a ser PS a queda vai ser grande, o PRD do Martinho também subiu muito e depois desapareceu.
Um dos grandes vencedores foi sem dúvida a CDU. Não teve uma grande votação? Pois não!!! Mas tem mais um deputado e foi buscar poucos mas bons votos. Grão a grão enche a galinha o papo e a CDU vai mantendo o seu eleitorado e quando tiver que cair, a queda não será tão acentuada como poderá suceder ao CDS e ao BE.
O maior vencedor foram as abstenções, 39,4%. Desde 1975 que tal não acontecia nas Legislativas
Agora vêm aí as Autárquicas, onde o galinheiro vale pelos galos e galinhas que tem. Ou se fez bom trabalho e o povo vota, ou não se fez um bom trabalho e o povo muda, seja ele da esquerda, do centro ou da direita.
Curioso é que as grandes obras são feitas sempre nesta altura para iludir o eleitorado, mas se se roubam fardos de palha para dar aos burros, pode ser que os "burros" não gostem e lhe mandem os fardos à cara.