24.11.15

A múmia

Cavaco mais uma vez a fazer-nos de parvos. No dia seguinte ao 4 de outubro teve pressa em chamar o Passos a Belém e não teve que dar aval de nenhum dos ministros que iriam compor o governo. Nem tem que o fazer. A responsabilidade é do ministro indigitado.

Imagina-se que estava na lista um ministro do BE e/ou do PCP. O PS teria que o retirar só porque o Presidente assim o exigia?

Nunca mais é janeiro!

Momento histórico

Pela 1ª vez em 40 anos de sai tu entro eu, entre a direita e centro esquerda (PS), vai tomar posse um Governo liderado pelo PS que assume pela 1ª vez, aquilo que nunca deveria deixar der ser, um partido de esquerda, apoiado pelos outros dois partidos que lhe dão o apoio necessário para governar este país com os olhos no futuro, tomando em conta que os trabalhadores não são meras peças de engrenagem para os ricos serem cada vez mais ricos e eles, trabalhadores, cada vez mais pobres.

A direita PSD, que quando os tais que chama de extrema esquerda lhe serviu para derrotar em 2011 Sócrates e o seu PEC IV, diz que são partidos que irão fazer com que a legislatura não chegue ao fim, deveria olhar para o lado e verificar que sempre que o CDS esteve coligado (tão ao gosto do Portas), só chegou ao fim porque o irrevogável se fez revogável quando lhe foi acenado a cenoura de vice-primeiro-ministro. O partido mais minoritário estava no governo graças a estas santas alianças que se fazem por interesse de quem dizia que nunca seria político.

Agora temos um governo de esquerda (PS) com o apoio dos dois outros dois partidos no parlamento. Que nunca se lembrem de roer a corda junto de quem neles confiou.


Vamos em frente, Portugal e o povo trabalhador conta convosco!

18.11.15

O Bananal

"Vocês têm uma banana maior e mais saborosa", diz Cavaco na Madeira.

Jardim, contigo fora do governo da Madeira até as bananas crescem!


17.11.15

Amanhecer Heróico

Uma força do Batalhão de Caçadores nº 5, sito em Campolide (Lisboa), mas com uma saída estratégica pela Rua Marquês de Fronteira, comandada pelo então major José Cardoso Fontão, ocupou às 03H15 do dia 25 de Abril de 1974 o Rádio Clube Português, não muito longe, na Rua Sampaio e Pina.

"México" era o código da Ordem de Operações do MFA.

Daqui:

http://guedelhudos.blogspot.pt/2008/05/amanhecer-herico.html


13.11.15

"O desespero dos suásticos"

"Fui ontem ao Norte
era ainda cedo
guizos tremiam numa feira de gado
Caras extintas por dentro
Caíam das janelas
Perguntei se era ali
a batina do cacique
a mentira das reses
nos açougues
Ao longo da torreira
Cresciam as uvas
De súbito
fechei os olhos
Sons estridentes
rompiam as paredes
Duma casa em ruínas
A suástica luzia
num círculo
de sinais obscuros
Como a morte
Fez-se noite
Ergui o punho
À onda que passava"


Zeca Afonso




30.9.15

José Manuel Osório

Uma das vozes mais activas em defesa da Fado após o 25 de Abril de 1974, após algumas vozes dissonantes em que repudiavam este género tradicional por se ter acomodado à politica do Estado Novo. Trinta anos mais tarde, Osório foi um nomes que encabeçaram uma lista de artistas e intelectuais que trabalharam em prol do Fado como Património Imaterial da Humanidade.

O curioso neste LP é estar dividido em 2 partes. O Lado A intitula-se "Por Quem Sempre Combateu" e o B como "Quadras Populares". Para quem não estivesse a par da questão do Fado como parte da cultura portuguesa após a Revolução de Abril, o próprio José Manuel Osório assinava um texto introdutório que começa assim:

"Este disco surge numa altura em que muito se discute sobre a validade ou não validade do Fado. Na minha opinião as questões têm sido postas de maneira errada. Não é o Fado que deve ser posto em causa mas sim o que alguns fizeram dele.

Este disco longe de dar uma resposta definitiva aponta uma saída possível. Várias coisas haverá ainda a fazer. Não chega rever o fado ao nível do texto. Novas experiências musicais poderão e deverão ser tentadas. Este disco surge ainda depois de cinco anos de silêncio da minha parte.

Muito pressionado pela censura e pelas firmas por onde passei tornou-se-me impossível a dado momento gravar fosse o que fosse. O que não era cortado pela censura oficial era recusado pela "censura interna" das etiquetas gravadoras. Bom, mas o que lá vai, lá vai. Para este disco fui buscar músicas tradicionais, o que se chama "Fado Clássico". Os poemas são da responsabilidade de duas pessoas, dois amigos, dois camaradas. Francisco Viana e Manuel Correia..."

Participação musical nas guitarras de António Chainho / Arménio Melo e nas violas de Martinho d'Assunção / Vital d'Assunção e José Maria Nóbrega.


26.9.15

Ao Alcance das Mãos

Samuel Leonor Lopes Quedas, conhecido artisticamente apenas como Samuel (Malveira, 1 de Agosto de 1952) é um cantor, compositor e arranjador português.

Foi viver para Setúbal onde conhece José Afonso a quem mostra as suas canções. O cantor apenas apreciou algumas partes dessas canções. Depois dessa conversa, Samuel foi para casa e fez várias cantigas, quase de um dia para o outro. Uma delas, o "Cantigueiro", que foi a sua primeira canção gravada em disco. "O Zeca achou graça, adoptou-a e, praticamente quinze dias depois foi gravada e editada pela editora Arnaldo Trindade". Estávamos em 1972.

Depois do 25 de Abril, participa em muitas sessões de Canto Livre.

Fez parte do Trio Ferrugem e do grupo Pedro Osório SARL participando em muitas sessões de Canto Livre.

Para além do "Cantigueiro", grava o EP "De Pé Pela Revolução" edição paga do seu bolso, o que voltaria a fazer de novo com o "Hino da Reforma Agrária". Em 1979 grava o álbum "Ao Alcance Das Mãos" para a RCA/Telectra, este que podemos ouvir em versão completa.


23.9.15

O que vale a pena

Afonso Dias, é um músico, cantor, poeta e actor português. Foi deputado à Assembleia Constituinte de 1975/76, pela UDP (não tendo contudo exercido outros cargos políticos posteriormente).

Como músico, foi um dos fundadores, em 1974, do GAC – Grupo de Acção Cultural, juntamente com José Mário Branco, Eduardo Paes Mamede e João Loio, com o qual efectuou inúmeras apresentações no país e no estrangeiro, assim como editou diversos discos de estúdio.

(discografia completa do GAC http://gacultural.com.sapo.pt/index.html)

Ao longo da sua carreira tem integrado espectáculos com artistas como José Afonso, Sérgio Godinho, Francisco Fanhais, Manuel Freire, Pedro Barroso, Tino Flores e José Fanha, entre outros, tendo editado vários álbuns de estúdio a solo.

No âmbito do teatro, frequentou, nos anos 60 e 70, acções de formação teatral com Costa Ferreira, Carmen Dolores e Rogério Paulo.

Foi fundador, em 1999, da Trupe Barlaventina – Jograis do Algarve, com a qual realizou inúmeros espectáculos e gravações de estúdio.

Já trabalhou como encenador-actor, colaborando como actor (e cantor), desde 2003, com a ACTA (A Companhia de Teatro do Algarve).

Fonte: wikipédia

Deste cantor podemos ouvir estes dois álbuns

"O Que Vale a Pena" - 1979


"Afonso Dias&a sopa dos pobres - Fado Aleixo" - 2013


21.9.15

Zé Ferrugem

Trio Zé Ferrugem - Zé Ferrugem (1977)

Trio formado por Samuel Quedas​, José Jorge Letria e Nuno Gomes Dos Santos​
Capa: Vítor Ferreira

Textos de ligação de José Jorge Letria ditos por João Paulo Guerra


18.9.15

"Machico, Terra de Abril"

Álbum de 2004 com letra popular e música do padre José Martins Júnior.

José Martins Júnior é um padre e político madeirense.

Professor em diversas escolas madeirenses bem como pelas suas funções de capelão durante dois anos na guerra do Ultramar, entra em conflito em 1974 com as estruturas religiosas. D. Francisco Antunes Santana (bispo do Funchal) tenta, a 5 de Novembro de 1974, auxiliado por elementos das forças policiais, expulsá-lo da paróquia da Ribeira Seca. Contudo a população, fiel ao seu pároco e às ideias que ele defende, luta de forma determinada e inquebrantável durante mais de duas semanas para mantê-lo à frente dos destinos da paróquia. Durante esse período foram recorrentes os protestos, as vigílias diurnas e nocturnas, a agitação e o recurso à violência, quando necessária para defender a sua posição.

Em 2007 com 69 anos reforma-se. Chega assim ao fim, pelo menos temporariamente, a carreira política daquele que foi considerado, durante as últimas três décadas, o principal “inimigo” político do Governo Regional da Madeira.

Fonte: wikipédia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Martins_J%C3%BAnior

Os meus agradecimentos a Zé Mário pelo envio das capas e músicas.

23.1.15

José Almada

"No Verão de 1970, José Almada, então com 19 anos, publicou o seu primeiro disco em modo de apresentação. Tema: os mendigos.

Os mendigos?- perguntarão os intrigados do costume. Sim, os mendigos. Os pobres dos pobres, incluindo os de espírito e estado de vida social. Os que nada têm de seu e de nada precisam dos outros, a não ser a atenção caridosa que passa e mira de soslaio a condição de desgraça, deixando a esmola para a côdea ou para o alívio instantâneo do espírito recolhido em depressão habitual."

Daqui



Deniz(s) Cintra

Deniz Gabriel Valle Cintra nasceu em Lisboa, a 9 de Dezembro de 1951. Faleceu na mesma cidade a 27 de Janeiro de 1990. Intérprete, autor e compositor, Deniz Cintra participou no «Zip-Zip» e realizou diversos recitais, nomeadamente com Adriano Correia de Oliveira, José Jorge Letria e Francisco Fanhais, até se exilar em 1972 para Inglaterra devido à guerra colonial.

Aluno do Colégio Moderno, aprendeu a tocar guitarra. Em finais de 60 tinha o seu círculo de amigos na Faculdade de Letras, que não frequentou, o que o levou, para de como cantautor cantar, compor e escrever as letras, a fazer teatro - inclusive sob a direcção do irmão Luís Miguel Cintra - e cinema. Gravou três discos.

Regressou de Inglaterra em meados de 80, onde constituíra família e era assistente social. A doença que contraiu, e que lhe havia de causar a morte, provocou-lhe uma grande mágoa por o impossibilitar de voltar a cantar.

Da sua discografia referimos: Manuel, Philips (1971); Garotas, Orfeu (1971) e Canções de Ódio e Raiva (também de 1971).

Fonte: "Canto de Intervenção" de Eduardo M. Raposo

Página musical


"Daqui o Povo Não Arranca Pé"

(vê-se muito na net o título da canção como "Daqui o povo não ARREDA pé", não é ARREDA mas sim ARRANCA como se pode ver na capa do disco)

Single de 1975 tem como intérpretes, Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo.

Depois do 25 de abril as cantigas eram de intervenção politizada, onde predominava a igualdade, fraternidade, exaltava-se o poder popular, a reforma agrária, a nacionalização das empresas, o trabalho contra o capital, etc..

"Queremos um país novo
Assim é que é"

- diz a letra da canção. Pois, mas tudo acabou no 25 de novembro de 1975.

Carlos Alberto Moniz participou no disco de José Afonso "Eu Vou Ser Como a Toupeira", na «Fête de L'Humanité» em Paris, no "Festival da Canção Política" de Berlim, e em espetáculos na Bulgária, Canadá e Espanha.

Maria do Amparo fez parceria com Carlos Alberto Moniz em vários projetos musicais como o grupo "Improviso" e o "Grupo Outubro", grupo de intervenção que podemos ouvir nesta minha página musical.

Página musical